domingo, 7 de julho de 2013

Um paradoxo


Eu planejei por tanto tempo vir pra cá e os sonhos das coisas que quero viver aumentaram e aumenta enquanto estou aqui.

Não que eu queira morar aqui pra sempre, não. Eu até quero talvez morar alguns anos no exterior, mas meu maior sonho ainda envolve morar em algum lugar da Pampulha. Loucura, talvez. A qualidade da vida que tenho aqui é infinitamente maior que no Brasil. Mas talvez seja isso. Talvez essa perfeição toda não combine comigo pra minha vida aqui na Terra. Talvez as imperfeições do Brasil me lembrem da vida real que também não é perfeita e um mar de rosas (e não que aqui esteja sendo assim, claramente que não). Enfim, eu amo muito minha linda cidade com todas as suas imperfeições - o que não quer dizer também que não quero que ela melhore, que os protestos continuem e que eu volte pra uma BH diferente, pra um Brasil diferente.

Mas o sonho das coisas que vou viver aqui nesse ano aumentam a cada dia. Eu me viciei. Antes já era viciada em livros, agora sou viciada em viagens e meu gosto por música e filmes também estão se tornando vícios. Vícios caros esses meus, tadinho do meu futuro marido.

Fico contando cada centavo pensando nas viagens que vou fazer aqui. Se eu não voltar com nada comprado, mas tendo viajado muito, esse ano ainda assim terá valido (muito) à pena - e que pena.

Entretanto, é cada vez mais latente o desejo de já ter vivido isso tudo e estar no Brasil. Mas esse meu Brasil está idealizado. É onde eu já estou casada, onde posso ver meus amigos com frequências, onde meus filhos estão por vir e eu posso viajar sempre.

Utopia talvez, mas prefiro chamar de esperança, não esperança vazia, mas de querer realmente que tudo isso aconteça.

Eu quero ser rica, sim, mas porque tenho esses vícios caros e ainda quero ter uma quantidade considerável de filhos e tenho meu projeto do coração pra ajudar. Não rica de sobrar dinheiro a ponto de ser fútil, não, apenas rica de poder ter dinheiro suficiente pra fazer isso tudo. E daí, nesse paradoxo de querer viver intensamente cada momento aqui e o de querer voltar pra casa, casar e conquistar o mundo, minha wishlist de hoje fica sendo essa, ser rica o suficiente.

E eu não me importo com paradoxos. Ser cristã é viver num paradoxo constante de existência, e vale à pena demais.

Uma breve história sem fim



E quando a gente não sabe?

E quando a marcação sempre muda, e o sonho tem que ser remarcado também?

E quando decidimos não marcar mais, pra não nos frustrarmos?

É, nem sempre ser noiva é saber exatamente quantos dias faltam para o nosso casamento.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Uma troca


Eu sempre me interessei demais em coisas diferentes de mim - religiões, culturas, línguas. Acho o ser humano, apesar dos pesares, fascinante!

Relações sociais, por exemplo, não são exatamente naturais pra mim. Eu aprendi a lidar com elas por meio de observação. E alguns comportamentos eu sigo, mesmo não achando explicação lógica para eles.

Sou convictamente cristã pela graça de Deus (paradoxo, haha), mas acho muito interessante analisar e estudar religiões.

Sempre me interessei por estudo de línguas estrangeiras. Mesmo odiando inglês na escola, normalmente, eu achava muito legal como as pessoas aprendem a falar de formas diferentes. Sempre gostei da história da Torre de Babel e adorei quando estudei aquisição de linguagem na faculdade. 

E as diferentes culturas, uau! Eu nunca morei fora do meu país, só morei fora da minha própria cidade antes por um mês,e ainda foi no mesmo estado. Graças à internet conheci gente de toda parte, mas ainda assim é muito diferente quando você entra de cabeça numa cultura diferente da sua.

Talvez as pessoas não pensem num choque de cultura tão grande quando vêm pra cá, afinal, com o mundo totalmente globalizado boa parte do que a gente consome é americano. Mas é muito diferente. 

Com pouco mais de três meses aqui ainda há coisas que me surpreendem. E eu acho simplesmente fascinante! Viver cenas de filmes é muito legal, e até as novelas mexicanas que vivi aqui foram muito interessantes.

Eu sei, eu não sou muito normal, fico observando minha vida e a existência humana de fora, como se eu não fosse eu, ou como se não fosse humana. Mas eu sempre fui do tipo observadora. Não falo muito (o que quem me conhece só por meios virtuais ou por blogs pode até não acreditar, já que as palavras fluem com mais facilidade quando eu as escrevo), mas observo tudo. 

E é isso, essa troca de culturas que estou vivendo provavelmente vai estar no topo das coisas mais legais que vivi por aqui.